quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mãos Femininas (Graffiti)

Com predominância masculina, a arte do graffiti tem sido cada vez mais pintada através de mãos femininas, que desafiam os estigmas e a sociedade e colorem as ruas com suas ideias.     Para ser grafiteira, é necessária uma dose extra de coragem. Primeiro porque quem pratica essa arte toma os muros e ruas públicas muitas vezes sem autorização. E segundo porque elas batem de frente com os preconceitos sexistas, existentes em vários meios. Mas apesar da participação de mulheres nesta expressão artística ainda ser um pouco discreta, já há exemplos de que tal situação segue em mudança, como o aumento da presença delas em oficinas de grafitagem e da formação de coletivos.


Em uma arte ainda predominantemente masculina, mulheres desafiam os estigmas e vão as ruas para colorir os muros – com resultados de tirar o fôlego. Conheça algumas dessas heroínas do street art!







                                                                                                                        Faith 47 (África do Sul)

A marca registrada dessa talentosa grafiteira sul-africana são as frases em caligrafia inconfundível. A essa forma de arte urbana ela foi migrando aos poucos – iniciou-se com grandes personagens. Ela atribui sua iniciação ao graffiti a sua aproximação com Wealz130, hoje pai do seu filho. 
Apesar do nome artístico “Faith” (algo como fé ou esperança, em inglês), a grafiteira afirma que não tem fé alguma. “Eu não tenho fé em nada. Acredito que tudo é um vácuo, vazio. E ainda assim, tudo é cheio, ao mesmo tempo. Não tenho ilusões de uma religão que possa explicar o porquê de estarmos aqui” ela disse, em entrevista à Zupi.





                                                                                                                           Minhau (Brasil)



A grafiteira Minhau também iniciou-se no mundo do graffiti incentivada pelo marido grafiteiro, Chivitz. Basicamente, a moça é uma fábrica de gatos dotada de spray e muita criatividade. Ela colore as paredes de São Paulo com múltiplos gatos – cada um com sua própria estampa, olhar, tamanho e personalidade. Provavelmente, você já viu os desenhos da moça na R. Frei Caneca, ou debaixo do viaduto próximo à Paulista.









                                                                                                                         Lady Pink (Estados Unidos)


Em 1979, a americana Sandra Fabara, mais conhecida como Lady Pink, começou a grafitar frases nos metrôs de Nova York. Com o tempo, suas pinturas evoluíram até tornarem-se seus mundialmente famosos desenhos coloridos. Sendo uma das mulheres pioneiras no grafite, ela enfrentou muitas das dificuldades. ”É difícil para uma mulher se envolver com grafite” escreveu. “Existe uma presunção de que mulheres são muito fracas, ou a ideia de que elas simplesmente não conseguem. Na época [em que comecei] eu tinha quinze anos, e não queria mais ouvir essas coisas. Como uma mulher no graffiti, também, você se sente como se estivesse jogando sua reputação na lama. Todos pensam que você dorme com os caras [outros grafiteiros]. Eu precisei erguer minha cabeça e provar que eu superaria, pelas outras mulheres…”





                                                                                                                           Jana (França)


A metade da feminina da dupla de grafiteiros Jana & JS, Jana prova que a mulher também tem espaço no graffiti, podendo combinar-se perfeitamente com o lado masculino. A dupla é inspirada pelo território urbano para conceber sua obra: estacionamentos, fábricas abandonadas, prédios antigos, tudo é incorporado nas obras deles. A mudança perpétua da cidade os inspira. O casal de parisienses, que hoje vive entre França e Áustria, tem grafites espalhados na França, Rússia, Eslováquia, Espanha, Romênia e Áustria.










                                                                                                                    Tikka (Brasil) 


A grafiteira brasileira Tikka é a responsável pelas encantadoras meninas de olhos enormes e tristes, que assombram as ruas de São Paulo. A feminilidade e delicadeza é que marca seus desenhos, e foi esse estilo que conquistou a grife de roupas Ellus, que encomendou à grafiteira uma série de desenhos de bonecas, vestindo as roupas de uma coleção da marca. Sobre as dificuldades que as mulheres enfrentam no grafite, Tikka afirmou em entrevista à revista Zupi que não sentiu grandes obstáculos nesse sentido. ”Existe um preconceito com gente que anda sujo de tinta, carrega peso e gosta de pintar parede, independente do gênero” disse a artista. “Claro que as pessoas podem estranhar mais pelo fato de encontrar mulheres pintando parede, andando de skate e dirigindo ônibus; é mais incomum porque culturalmente não faz parte, então não é oferecido como uma opção."






                                                                                                                      Magrela (Brasil)


A ilustradora e grafiteira Magrela é a autora das angustiantes mulheres de formas retorcidas e rostos tristes, que povoam os muros e paredes da capital paulista. Além do grafite, ela trabalha com diversas outras mídias, já fez trabalhos para várias empresas – de Greenpeace a Tok&Stok. 














Em outra entrevista, à revista Marie Claire, destacou problemas apenas em relação à vaidade feminina: ”As unhas ficam imundas, a gente fica debaixo do sol e as latas pesam. Não é para qualquer uma.” rs








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